Durante as actividades num campo de férias, o monitor perguntou:
O que preferiam receber de um(a) amigo(a) distante que vos desperta especial atenção ? Um convite para um encontro por e-mail, ou por SMS?
As opiniões dividiram-se. A maioria manifestou preferência pelo SMS. Uma miúda de 16 anos respondeu:
"Preferia receber por carta"Todos viraram os olhos na sua direcção. Um, mais atrevidote, avançou:
"Deves ser muito romântica... já ninguém escreve cartas."
O monitor perguntou:
"Por que razão preferias a carta?"
A miúda, envergonhada, mas convicta, respondeu:
" Porque uma carta dá mais trabalho a escrever e ainda é preciso metê-la no correio. E depois, se for verdadeiramente meu amigo, ainda me vai mandar qualquer coisa a acompanhar. Uma flor seca, uma ilustração, ou uma fotografia. E ainda há mais uma coisa. A carta pode ser perfumada e quando toco no papel, sei que ele também teve que o tocar para escrever a carta."
Os jovens entreolharam-se. Uns sorriram de escárnio.Outros reflectiram sobre as palavras da colega.
À noite, o monitor encontrou alguns rapazes a escrever cartas.
CARLOS, essa menina é das minhas.Me identifiquei com toda a definição de uma carta escrita.
ResponderEliminarSaiba, amigo, que eu ainda as escrevo. E,como gosto de recebe-las!!!
Eu também, Paloma, mas há muito que não recebo nenhuma
EliminarCarlos
ResponderEliminarAinda ontem se queixava de "falta de inspiração". Ler este pequeno post. põe-nos a pensar e a recordar tanta e tanta carta. Até me lenbrei daquelas que enviei para a "posta restante" (acho que era isso). Boas memórias meu caro.
Abraço
Rodrigo
A inspiração deste post, Rodrigo, pertence toda ao monitor e à menina. Trata-se de uma cena real passada bem perto de si, em Óbidos. Já lá vão dois anos, mas nunca a esqueci.
EliminarAbraço
Até eu tenho saudades de uma carta...
ResponderEliminarTambém eu, João, mas de as receber, porque tenho escrito algumas.
EliminarBateu-me a saudade!Há quanto tempo não escrevo, nem recebo ...
ResponderEliminarCartas são pedaços de nós...
Tal como os jornais. Continuo a lê-los em papel. Gosto do seu toque.
Um miúda inteligente, sensível!(a do teu conto).
Beijos.
Pelo menos sensível, Mona Lisa. Coisa que vai escasseando muito entre os nossos jovens
EliminarBeijinhos
Como sempre os homens (neste caso, rapazes) são influenciados por nós, mulheres (neste caso, pela menina romântica, que ainda gosta de receber cartas perfumadas).
ResponderEliminarNão deixa de ter razão, Teresa, mas em algumas situações era melhor que os homens não se deixassem influenciar por uma mulher. Eu sei que a minha amiga sabe em quem estou a pensar
Eliminar:-)))
:) Também gosto de receber cartas!
ResponderEliminarQuem não gosta, Isa?
Eliminar"Interessante e fantástica"! Foi assim que a assinalei e como considero esta crónica!
ResponderEliminarEscrevi e recebi tantas cartas! Sabes que ainda tenho algumas guardadas? Nunca recebi nenhuma perfumada, mas com pétalas de rosas, sim! Que saudades tenho de receber uma carta...
Menina sensível e romântica! É cá das minhas!
Beijinhos.
Obrigado, Janita. Também guardo algumas cartas.Às vezes releio algumas e emociono-me. Outras penso como os Deolinda: que parvo que eu fui!
EliminarBeijinhos
PS: Não, não me vou despedir à francesa, Janita. Amanhã haverá despedida formal no CR e aqui. Só não sei se haverá fanfarra, mas música quase de certeza...
Beijinhos
Essa menina, de facto, não tem nada a ver com as meninas de hoje. Vive fora de época. Conseguiu influenciar alguns rapazes? Conseguiu! Por muito tempo? Não creio!
ResponderEliminarHá muito que não escrevo uma carta e há muito que não recebo.
Escrever uma carta para o solicitador (há 3 anos) porque o senhor ainda não se entendia com o computador conta? Um solicitador português a exercer a profissão em Portugal, pois claro! : )
Eu acho que conta, Catarina. Uma carta é sempre uma carta,embora não seja dessas que eu tenho saudades.
EliminarAbraço
O seu post é tão bem intencionado que me deixou emocionado. Contém, porém, tremenda mentira. Era este, de facto, o texto da menina:
ResponderEliminar" Pq 1 carta dá + trabalho a escrever e inda é preciso ir nos CTT. E dp, se for verdadeiramente m amigo, inda me vai mandar qq coisa a acompanhar. 1 flor seca, 1 ilustração, ou 1 foto. E ainda há + 1 coisa. A carta pode ser perfumada e qd toco no papel, sei q´ele tb teve que o tocar pª escrever a carta."
Eu sei, eu vi...
A resposta foi oral, Rogério, logo não havia texto :-)))
EliminarAgora sobre as cartas que os meninos escreveram à noite é que já não posso responder... Não li!
Gostei que os rapazes tivessem sido influenciados.
ResponderEliminarE tive a sorte de ter recebido cartas assim :)
beijinho
Quem nunca recebeu uma carta de amor que atire a primeira pedra, Gabi :-)))
EliminarEu adoro cartas! E postais.. é exactamente por aquilo que a menina disse! ;)
ResponderEliminarTambém eu, Mia!
EliminarAs cartas têm mais que letras a formarem palavras...!
ResponderEliminarOra aí está, mfc! E é esse valor acrescentado que lhes confere outro estatuto. Além disso, as cartas não se apagam. Quando muito, rasgam-se ou queimam-se...
EliminarAs cartas!!! Agora só conhecem as de jogar e com uns desenhos e naipes extremamente confusos...
ResponderEliminarMas as cartas aquelas em que recebíamos os abraços e as saudades, o carinho a deslizar pelas linhas, dessas tenho saudades.
Beijo
Laura
Também eu, Laura...
EliminarBeijo
E a miúda tinha razão. A carta é muito mais pessoal e penetrante. Para além do cheiro tem também o carimbo da distância e a beleza da escrita, já que esta se descobre nos compêndios da grafologia.
ResponderEliminarÀs vezes chegam cartas de amor! Às vezes chegam cartas com sabor a lágrimas!
Grande abraço Carlos!
E ainda tem os selos que se coleccionavam e proporcionavam belíssimos momentos, amigo Kim
EliminarGrande abraço
Esse ritual acho que já nem existe, Carlos.
ResponderEliminarInfelizmente.
A Alice Vieira continua a escrever cartas. Por puro prazer. Eu também não deixo de escrever alguns postais aos amigos, quando me ausento por longos períodos. E às vezes também escrevo uma carta...
EliminarAdorei esta estorinha tão simples. Mas verdadeira... :)
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