A História de uma cidade dividida por um muro está sempre presente quando percorremos as ruas de Berlim.
A ideia que nos é sempre transmitida é que de um lado estavam os democratas bons e do outro os comunistas maus. Se o objectivo é incutir essa ideia nas gerações mais jovens, ou um genuíno autoconvencimento não sei dizer, mas chega a ser massacrante para quem viveu esse período da nossa História, esta lavagem ao cérebro.
Pedaços do muro são visíveis em diversos lugares e nas ruas de Berlim está traçado o trajecto de todo o muro, dando aos visitantes uma ideia da sua dimensão. Depois é pôr a imaginação a funcionar, para melhor perceber o sofrimento dos berlinenses que praticamente de um dia para o outro viram as suas vidas modificar-se de uma forma radical
Particularmente impressionante é visitar Bernauer Strasse, mas sobre isso escreverei num próximo postal.
De volta ao muro, chegamos a East Side Gallery
Trata-se de um fragmento do muro com a extensão de pouco mais de um quilómetro, ao longo do rio Spree que permaneceu intacto
Em 1990, cera de 120 artistas de todo o mundo pintaram-no, criando uma extraordinária obra de arte mural
Isso deve-se ao facto de a maioria dos murais ter sido restaurada em 2010 pelos artistas que os pintaram nos anos 90
Ao longo de todo o percurso é evidente o aproveitamento mercantilista para caçar turistas

"Fragmentos" do muro são vendidos a preços nada módicos como peças originais, fazendo lembrar os frasquinhos de ar de Fátima que se vendem no Santuário
Uma série de negócios paralelos, maioritariamente lúdicos, florescem ao longo e nas imediações de East Side Gallery,Check Point Charlie ou Brandenbourg Tor, banalizando um período dramático da História de Berlim, num contraste quase absurdo com o que nos é "vendido" nas visitas ao DDR Museum ou ao Check Point Charlie Museum.
Este é um aspecto menos positivo de East Side Gallery que eu teria preferido visitar como um Memorial, sem todo o folclore turístico adjacente.
Mas não se pode gostar de tudo, não é verdade?
(CONTINUA)
Museus que nunca visitei durante as minhas diversas visitas a BERLIM.
ResponderEliminarEmbora o Carlos me considere FACISTA e RACISTA, concordo que não há bons de um lado e maus do outro lado, mas não é para o Carlos mudar a opinião a meu respeito, é sim, porque
não gosto de ver as coisas a preto e branco.
Repito - está mesmo a pedir uma visita.
ResponderEliminarAquele abraço, bfds
Vim reler e recordar as tuas crónicas...
ResponderEliminarEstive em Berlim em 1996 e já na altura havia quem vendesse pedaços pintados do muro. Mas ali vendia-se de tudo um pouco, desde peças ligadas ao folclore de Leste (matioskas, péssankas) até a peças de uniformes da velha Rússia, casacos, bonés ou simplesmente divisas.